Na pequena cidade das Luzes, havia um semáforo muito especial. Ele estava mesmo no meio do cruzamento da Praça Central e tinha algo que nenhum outro semáforo tinha: um enorme apetite! Chamavam-lhe Semáforo Comilão.

Tudo começou numa manhã de outono, quando o semáforo, cansado de só mudar de cor, começou a sentir um cheirinho delicioso vindo da cantina da escola. Ele olhou para o lado e viu várias crianças que traziam lanches apetitosos. De repente, uma coisa estranha aconteceu: o semáforo, ao invés de mudar para vermelho, soltou um grande ronco de fome!

Na hora do almoço, enquanto os carros paravam no sinal, o semáforo, sem se conseguir  controlar, abriu a sua grande boca — que ninguém sabia que ele tinha — e comeu o lanche de uma criança que estava a atravessar a rua! A menina olhou espantada, sem entender o que tinha acontecido.

— O meu lanche desapareceu! — gritou ela.

O lanche  era uma deliciosa sandes de pão integral com queijo e alface. O semáforo mastigou devagar e soltou um grande hmmm de satisfação.

No dia seguinte, o Semáforo Comilão estava mais esfomeado do que nunca. Sempre que via alguém a passar com comida, ele esticava a sua boca e devorava tudo. E assim comeu uma maçã de uma senhora, uma fatia de bolo de cenoura de um menino e até uma banana que estava na cesta de compras de uma senhora.

A cidade das Luzes  ficou em estado de alerta! As pessoas não conseguiam passar pelo cruzamento sem perderem os  seus lanches. As crianças estavam tristes, porque o semáforo comia tudo o que elas levavam para a escola. Então, o presidente da Câmara convocou uma reunião de urgência.

- O nosso semáforo está a comer a comida de toda a gente que passa por ele! Isto tem que parar! - disse o presidente da Câmara preocupado.

Mas a Sofia e o João, dois irmãos  muito curiosos, tiveram uma ideia: arranjar comida saudável e nutritiva para o Semáforo Comilão.

— Acho que o semáforo está a tentar  dizer-nos que quer comer bem! — disse a Sofia. — Que tal fazermos um piquenique com alimentos saudáveis aqui na praça para ele?

O João concordou.