Imagens geradas com IA.

 Numa floresta cheia de árvores dançarinas e cogumelos falantes, vivia uma bruxa chamada Pimpineta.

Era uma bruxa bondosa, mas com uma mania muito estranha: tudo o que tocava com a sua varinha mágica transformava-se em sopa. Não importava o que fosse — uma pedra, uma flor ou até um pequeno animal — se a varinha lá se encostasse, plim, lá ia mais uma sopa para o seu caldeirão.

Num belo dia,

quando estava pronta para fazer a sua sopa do café da manhã, o seu caldeirão soltou um espirro bem alto.

— ATCHIM! — fez o caldeirão.

— Santinho, querido caldeirão! -respondeu a bruxa  Pimpineta ao mesmo tempo que deu uma valente gargalhada de bruxa. 

— O que será que  queres hoje? Vamos ver...

Então, ela resolveu ir passear pela floresta. Com a sua varinha na mão e o caldeirão ao seu lado, ela caminhava despreocupada, a observar os pássaros e as árvores.

Sem perceber, encostou a varinha num tronco velho de carvalho, que imediatamente se transformou  numa sopa espessa de cenoura com abóbora. 

_Que delícia!!-  pensou ela, embora ninguém estivesse por perto para ver.

Continuou a sua caminhada e chegou perto de um rio cristalino, onde os peixes nadavam alegremente. Encantada com a beleza do lugar, decidiu molhar os pés na água fresca. Mal a sua varinha tocou na superfície do rio, plim! O rio inteiro transformou-se numa sopa de peixe!

Pimpineta, ficou espantada ao ver os peixes a nadar em caldo quente. Mas, o seu caldeirão borbulhou de entusiasmo, pronto para receber mais sopa.

_ Bem, isto está a ficar fora de controlo!- pensou a bruxa, enquanto tentava afastar-se de tudo o que pudesse transformar-se em sopa.

Mas, sem querer, tropeçou na raiz de uma árvore e ao cair, a varinha tocou num arbusto de bagas. Num piscar de olhos, o arbusto transformou-se numa sopa de frutos silvestres, vermelha e brilhante, espalhando-se pela floresta como uma pequena cascata.

Pimpineta começou a ficar preocupada. Tudo à sua volta estava a transformar-se em sopa e a floresta parecia estar em perigo de desaparecer num mar de caldos saborosos.

A bruxa tentou caminhar sem tocar em nada, mas, ao virar uma esquina, viu-se frente a frente com uma grande pedra. Tentou desviar-se, mas, ao desequilibrar-se, a varinha tocou na pedra e, claro, plim! A pedra passou a ser um sopa de batata, densa e cremosa.

Agora a situação era séria. A floresta estava cheia de diferentes tipos de sopa — de peixe, de flores, de frutos, e até de pedra! O caldeirão, que a seguia, estava tão cheio que já começava a transbordar.

Desesperada para resolver o problema, Pimpineta decidiu voltar para a sua cabana o mais rápido possível.

Lá, lembrou-se de uma velha receita que a sua avó lhe tinha ensinado: o feitiço para desfazer sopas.

Mexeu e remexeu no caldeirão conforme juntava os ingredientes mágicos.

E para quebrar o feitiço juntou:

2 penas de corvos espirradeiros para dar sabor de  ervilha à poção.

3 Cabelos de Bigode de Gato Rabugento. Tornam o puré da poção mais aveludado.

200 gramas de lã de carneiro despenteado. A lã fazia a poção borbulhar mais depressa.