No coração de uma floresta antiga, onde os castanheiros balançavam ao ritmo do vento, vivia uma castanha chamada Carlota.

Mas esta não era uma castanha qualquer. Carlota tinha a fama de ser taralhoca.

Enquanto todas as outras castanhas caíam direitinhas dos ramos para o chão, Carlota caía sempre de forma desastrada.

Ela rebolava, saltava e por vezes, até ficava presa nas folhas das árvores antes de tocar no solo.

Os outros frutos secos achavam-na um pouco atrapalhada, mas não havia ninguém que não gostasse das suas trapalhices.

O tempo foi passando e com a chegada do outono, as castanhas começaram a preparar-se para o Dia do Magusto.

Era a altura em que todas se juntavam para serem assadas, quentinhas e assim eram servidas às crianças.

As castanhas aguardavam com ansiedade o momento do Magusto, exceto Carlota. Embora quisesse fazer parte da festa, ela não se imaginava a ficar quieta e sossegada no calor do lume.

O que Carlota gostava mesmo era de se mexer, rodopiar e provocar gargalhadas.

Num dia fresco e com cheiro a fumo da lenha, chegou o grande dia do Magusto. As crianças corriam pela floresta, a apanhar  as castanhas caídas no chão,  juntando-as em grandes cestos.

Quando uma menina apanhou a Carlota, ela sentiu imediatamente vontade de dar um pulo dali para fora mas, não conseguiu.

Carlota foi colocada no cesto, mas, como sempre, não conseguia ficar quieta. Começou a rebolar de um lado para o outro, sem rumo certo.